Será que apenas treinamento e sinalização são suficientes para garantir a eficácia da implementação do LOTO – Bloqueio e Sinalização? Saiba mais conosco!
Alguns equipamentos e máquinas, sobretudo os do setor fabril, podem representar risco aos seus operadores se estiverem em funcionamento. Por isso, eles precisam ser desligados para que seja possível realizar a sua manutenção, consertos ou troca de peças. Daí a importância do LOTO – Bloqueio e Sinalização, pois, mesmo após o desligamento efetuado, ainda assim existe risco para as pessoas que realizarão a manutenção das máquinas. Afinal, em uma fábrica com muitas pessoas trabalhando e vários processos acontecendo ao mesmo tempo, precisa haver uma garantia de que determinada máquina ou equipamento não será ligado em hipótese alguma durante a sua manutenção, a fim de evitar acidentes.
E, para isso, existem os procedimentos do LOTO – Bloqueio e Sinalização, que, conforme a sigla em inglês, significa Lockout & Tagout, ou seja, bloquear e sinalizar. Isso porque os procedimentos consistem em, de fato, realizar o bloqueio das máquinas e também a sua sinalização: bloqueio para que elas não sejam colocadas em operação durante a sua manutenção e que nenhuma descarga de energia aconteça; e sinalização para deixar claro e evidente a todos do local que a manutenção está ocorrendo e, por isso, que as máquinas precisam ficar paradas durante determinado período.
Quais energias precisam ser consideradas no LOTO – Bloqueio e Sinalização?
Como o próprio nome do LOTO sugere – bloqueio de energias “perigosas”, as energias que devem ser abrangidas nesse processo de segurança são aquelas que representam algum risco às pessoas que trabalham no local. Portanto, qualquer energia que conduza a algum perigo pode ser classificada como perigosa e, assim, precisará ser integrante do processo do LOTO – Bloqueio e Sinalização. Dentre as várias possibilidades existentes, há as seguintes energias:
- Elétrica;
- Hidráulica;
- Mecânica;
- Química;
- Residual;
- Radiação;
- Pneumática;
- Gravitacional.
O que determina qual dessas energias precisará ser bloqueada, geralmente, é o tipo de atividade que está em operação no caso específico de cada empresa ou organização. No caso de uma indústria química, por exemplo, as energias química e residual podem representar risco; já numa hidrelétrica, as energias elétrica e hidráulica possuem potencial de apresentar danos.
Dessa forma, perceba que dificilmente haverá apenas um tipo de energia a ser mapeada no processo do LOTO – Bloqueio e Sinalização, pois as operações da empresa e os seus equipamentos e/ou máquinas podem demandar diferentes tipos de energias. No caso da energia residual, por exemplo, trata-se de um tipo que permanece nas máquinas mesmo depois que elas são desligadas (daí o conceito de “resíduo”, de “o que resta”), e ela pode ser de várias fontes: elétrica, química ou qualquer outra.
Por isso, é fundamental entender que o LOTO – Bloqueio e Sinalização não consiste em apenas desligar a chave de energia e colocar um aviso ali de que ela não poderá ser reativada até “dia tal” e “hora tal”. Trata-se de bem mais do que isso, envolvendo um mapeamento completo dos riscos potenciais e de todos os ligamentos que determinado tipo de energia possui, de sua fonte até os seus desdobramentos de ponta a ponta. Portanto, conte SEMPRE com a ajuda de uma avaliação técnica e profissional.
Qual é a ligação do LOTO – Bloqueio e Sinalização com a NR 12 e a NR 10?
Se você já implementou a NR 12 e a NR 10 na sua empresa, provavelmente já ouviu falar no LOTO – Bloqueio e Sinalização em algum momento, afinal esse procedimento é contemplado por essas normas regulamentadoras, que tratam de equipamentos e manutenção elétrica. No caso da NR 10, trata-se do prontuário das instalações elétricas, que visa a segurança dos trabalhadores que lidam com equipamentos que possuem eletricidade, dizendo o seguinte a respeito do LOTO, no item 10.5.1:
“Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida a seqüência abaixo:
a) seccionamento;
b) impedimento de reenergização;
c) constatação da ausência de tensão;
d) instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos;
e) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada (Anexo II); (Alterada pela Portaria MTPS n.º 508, de 29 de abril de 2016)
f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização.”
Dessa forma, conforme determina a NR 10, as instalações elétricas somente estarão liberadas para manutenção e trabalho se a sequência acima para desenergização for seguida rigorosamente, algo que é indispensável para o LOTO – Bloqueio e Sinalização.
Já no caso da NR 12, trata-se especificamente do conjunto de ações em prol da segurança do trabalhador durante a manutenção de máquinas e equipamentos, abrangendo pontos importantes como o uso de EPIs e a realização de treinamentos. A sua ligação com o LOTO é descrita no item 12.11.3:
“A manutenção, inspeção, reparos, limpeza, ajuste e outras intervenções que se fizerem necessárias devem ser executadas por profissionais capacitados, qualificados ou legalmente habilitados, formalmente autorizados pelo empregador, com as máquinas e equipamentos parados e adoção dos seguintes procedimentos:
a) isolamento e descarga de todas as fontes de energia das máquinas e equipamentos, de modo visível ou facilmente identificável por meio dos dispositivos de comando;
b) bloqueio mecânico e elétrico na posição “desligado” ou “fechado” de todos os dispositivos de corte de fontes de energia, a fim de impedir a reenergização, e sinalização com cartão ou etiqueta de bloqueio contendo o horário e a data do bloqueio, o motivo da manutenção e o nome do responsável;
c) medidas que garantam que à jusante dos pontos de corte de energia não exista possibilidade de gerar risco de acidentes;
d) medidas adicionais de segurança, quando for realizada manutenção, inspeção e reparos de máquinas ou equipamentos sustentadas somente por sistemas hidráulicos e pneumáticos; e
e) sistemas de retenção com trava mecânica, para evitar o movimento de retorno acidental de partes basculadas ou articuladas abertas das máquinas e equipamentos.”
Dessa forma, justamente por conta do que a NR 12 determina, não basta a desenergização dos equipamentos, mas também a sinalização, treinamento, instrução e demais medidas necessárias para garantir a segurança do trabalho do local.
Como implementar o LOTO – Bloqueio e Sinalização com eficácia?
Como tudo que é relacionado à segurança do trabalho, no caso do LOTO – Bloqueio e Sinalização também não basta apenas seguir o que está na norma, afinal estamos falando de um processo que envolve o fator humano, algo que, por natureza, é suscetível a falhas. Por isso, pense nas seguintes dicas de implementação:
1. Prevenção é tudo: mesmo com todas as medidas de segurança do LOTO – Bloqueio e Sinalização tomadas, caso aconteça algum acidente, o que as pessoas da sua empresa devem fazer? Essa pergunta não deve ser respondida apenas após um acidente, é preciso já saber antes o que precisa ser feito. Por isso, um plano de intervenção e/ou gestão de crises deve ser elaborado, prevendo todas as medidas de controle e intervenção necessárias diante de todos os riscos possíveis.
2. Vá além no treinamento: geralmente, a preocupação de treinamento no LOTO – Bloqueio e Sinalização se restringe apenas às pessoas que lidam com os equipamentos elétricos no dia a dia. Porém, é fundamental que toda a empresa seja treinada a respeito das medidas de segurança, pois pode acontecer de a atuação de outras pessoas da empresa ser necessária mediante algum acidente ou medida de urgência. Muitas vezes, o conhecimento de uma única pessoa pode salvar várias vidas.
3. Não se restrinja apenas à parte elétrica: as áreas que envolvem eletricidade são, comumente, as que mais chamam atenção na hora de implementar o LOTO – Bloqueio e Sinalização, mas vale lembrar que a NR 12 determina o bloqueio de todos os tipos de fontes de energia, não apenas a elétrica, o que pode abranger as fontes de energia pneumática, hidráulica, mecânica, dentre outras. Por isso, procure abranger pontos como quadros de luz, máquinas em operação, redes de distribuição elétrica, tanques e tubulações, além de outros que possam conter qualquer tipo de fluxo de energia.
Implemente o LOTO – Bloqueio e Sinalização com profissionais
Mais uma vez, como tudo relacionado à segurança do trabalho, o LOTO – Bloqueio e Sinalização não foge à regra no que diz respeito a contar com profissionais capacitados na hora da implementação. Por isso, procure quem realmente entende do assunto de forma técnica, como os engenheiros de segurança do trabalho ou eletricistas, para não realizar procedimentos de forma “caseira” ou pouco técnica.
Nós, da SC Engenharia, estamos prontos para ajudar a sua empresa com a implementação do LOTO – Bloqueio e Sinalização com total profissionalismo de forma completa: desde o mapeamento de riscos até o treinamento e elaboração de um plano de intervenção. Para saber mais, fale conosco pelo WhatsApp.